segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Festival do Filme Etnográfico do Recife chega à sua quinta edição

O cineasta Vladimir Carvalho (dir.) é o homenageado do Festival
O olhar antropológico sobre a natureza humana, seus costumes, ritos, habitats e heranças, ao ultrapassar os limites das teorias e livros e desembocar nas películas de cinema, pode se consagrar numa força reveladora da cultura, aproximando o espectador de um manancial de conhecimento acerca até de si próprio. A produção de audiovisual que se debruça analiticamente sobre povos, sociedades, ancestralidade, cultura e contemporaneidade vem ganhando força desde os anos 1950, com a produção dos chamados documentários etnográficos. Por isso, com o objetivo de ampliar o debate acadêmico sobre o assunto, o V Festival do Filme Etnográfico do Recife irá colocar em evidência a recente produção do gênero. O evento, que conta com o apoio da Fundarpe, tem início hoje 28 e vai ate 31 de outubro, com atividades divididas entre a Universidade Federal de Pernambuco - UFPE e a Fundação Joaquim Nabuco - Fundaj.

O Festival do Filme Etnográfico do Recife tem como foco as produções cinematográficas e videográficas nacionais e internacionais de documentários que abordem questões socioculturais contemporâneas sobre pessoas, grupos sociais, processos históricos sob temáticas de interesse antropológico. Na edição deste ano, o evento homenageia cineasta Vladimir Carvalho e o seu filme "O país de São Saruê". O realizador é um importante nome brasileiro no desenvolvimento de filmes com forte narrativa antropológica, bem representada no filme em questão, um ensaio etnográfico sobre a vida de pessoas que habitam o sertão, numa narrativa onde mistura a poesia com a realidade. O filme será exibido  no dia 28 de outubro, às 17h, no Cinema da Fundação, e contará com a presença de Vladimir.

O evento conta com uma ampla programação, que terá a mostra competitiva, com filmes brasileiros e do exterior, no Cinema da Fundação, e as mostras paralelas, que serão realizadas no auditório do Centro de Filosofias e Ciências Humana (CFCH), no Campus da UFPE. Também acontece a Mostra de Lançamentos, na Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ), debatida pelos realizadores presentes. Além disso, também serão ministradas oficinas e cursos, como Antropologia Visual, Etnografia e Imagem e Oficina o Documentário Criativo. Todas elas acontecem no dia 30 de outubro, nos auditórios do Programa de Pós-Graduação em Antropologia, na UFPE. Os interessados devem enviar um e-mail para oficinas@filmedorecife.com.br.

Outro destaque da programação é o encontro de culturas, dentro o projeto "Martu-Pankararu", que vai o aborígine Curtis Taylor, oriundo do povo Martu, do deserto ocidental da Austrália, e Alexandre Xandão, do índios Pakararu. Ambos são realizadores de audiovisual, que retratam suas etnias: Taylor, com o projeto "We don't need a map" e Xandão com o site "Pankararu online". Eles estão, juntos, promovendo um intercâmbio de saberes em uma produção que irá resultar em exibição e debate, nos dias 29 e 30, na roda de diálogos "Olhares cruzados", na Fundação Joaquim Nabuco.

A programação também será contemplada com a exposição itinerante dos ensaios fotográficos vencedores do último prêmio Pierre Verger, da Associação Brasileira de Antropologia, que será aberta no dia 30 de outubro, às 17h30, na Galeria Massangana, da Fundaj. A mostra traz quatro ensaios fotográficos: Cacimba de Milena Argenta, Ritual de Menina Moça Tenetehara-Tembé de Marlúcia Ponte e Maria Aquino; A Fronteira da Solidão de Cristiano Monteiro e Gestação e Metamorfoses - Aprendizados da Pesca de Carlos Sautchuk.

Baixa AQUI a programação completa do Festival de Filme Etnográfico do Recife.


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