terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Homenagem ao grande músico Moacir Santos‏ o OURO NEGRO DO PAJEÚ



Moacir Santos ficou órfão muito cedo, e não há registro de músicos em sua família. "Quando mamãe morreu,eu tinha uns 3 anos, mais ou menos."
"Lembro de estar no quintal da casa, batendo latas, imitando a banda da cidade. Porque eu tinha uma bandinha: uns cinco meninos, tudo nuzinho, porque lá é muito quente e porque a gente era pobre. [...] O meu instrumento era lata, eu ficava batendo lata de goiabada. Ta-ta-ta-ta, tocando. Eu tenho isso pra mim, que eu já nasci músico, nasci com a música. Eu era também diretorzinho dos meninos da banda, quando a gente era criança."
 A região onde nasceu, o sertão de Pernambuco, é também terra de flautas de pífano, que desde cedo as crianças se acostumam a ouvir, construir e tocar. E, por um acaso feliz, havia em Flores do Pajeú, cidadezinha onde foi morar, uma banda marcial.
"Eu era um garoto. Via os instrumentos, ia mexer, mas quando encostava alguém gritava: ‘Mexe aí não, moleque’. Como ia sempre nos ensaios, me chamaram para tomar conta dos instrumentos. Como era eu que vigiava, podia tocar à vontade (risos). Aprendi todos os instrumentos. Um dia pedi para o Mestre Paixão para tocar. Ele deixou, então peguei o trompete e toquei. Quando me viu tocar, ele, que era trompetista, disse: 'Tudo bem, mas você vai tocar é clarineta’.”
Moacir tinha apenas 14 anos quando isso aconteceu, e vivia como andarilho, percorrendo sozinho as cidades do interior pernambucano, tocando em bandas e circos. Aos 16 anos, um episódio marcante:
"Ler de primeira vista, é uma outra coisa; eu sabia música, devagar mas eu sabia. Mas quando eu fui à Bahia pra ler um ensaio com o Joca do Pistom, ele falou: ‘Vocês tenham paciência com este rapaz que ele é muito promissor, ele promete muito’, eu aprendi na marra, eu me envolvi de um tal jeito com o negócio e aprendi de vergonha, uma vergonha dos músicos que tocavam."
Em Salvador, surge outro dos elementos formadores do músico Moacir Santos:
"Entramos na Bahia [...] fui terminar em Salvador. Conheci o pessoal assim dos Estados Unidos, o pessoal que ia a Paris. Era na época do Cassino Tabaris ... época da guerra, entre 42, 43, e na época da guerra o Cassino Tabaris tinha muitos músicos de fora que vinham tocar lá [...] Eu nunca cheguei a trabalhar lá, mas aprendi muito com os músicos de lá, com os saxofonistas [...] tinha um que tocava com o saxofone deitado [...] mas eles tinham um som, eles eram monstros para mim naquela época."
No ano de 1949, aos 23 anos, quando já era músico respeitado, e sax-tenorista da jazz band do Maestro Chiquinho, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, Moacir tomou a decisão de tornar-se um músico completo. Aproveitando o rico ambiente da rádio e da cena musical do Rio de Janeiro, passou a estudar harmonia, contraponto, fuga e composição com os melhores mestres: Paulo Silva, José Siqueira, Virgínia Fiusa, Cláudio Santoro, João Batista Siqueira, Nilton Pádua, Guerra-Peixe e o maestro alemão Hans-Joachim Koellreutter – discípulo de Arnold Schoenberg, um dos criadores do dodecafonismo e, também, um dos mais cultuados professores de harmonia na música erudita – do qual Moacir se tornou assistente por algum tempo.
Sua ânsia de aprender era tanta, que Moacir chegou a estudar com cinco professores na mesma semana, um a cada dia.
"Aprendi a ouvir a música erudita desde que estudava com Paulo Silva.
O elemento que faltava em sua formação veio do contato com o jazz:
"Moacir me falou muitas vezes sobre os arranjos do Gerry Mulligan, e como o jeito de tocar do Mulligan o inspirou a adotar o saxofone barítono” (Mario Adnet)
Completava-se assim o ciclo de formação, durante o qual Moacir incorporou a seu talento inato o ritmo, os sopros, as bandas de metais, o jazz, o clássico e o domínio da teoria, da harmonia e da composição.

FELIZ ANO NOVO A TODOS E A TODAS...

DIA 15 DE JANEIRO  HAVERÁ UMA GRANDE HOMENAGEM, EM FLORES-PE DE  TODOS OS MÚSICOS DE VARIAS CIDADES E REGIÕES.
TERÁ COBERTURA OFICIAL DAS TV'S : TVUNIBRE Costa Jr. E DE NILSON SENNA PRODUÇÕES E DA TV ASA BRANCA, AO FINAL DE TUDO TERÁ COMES E BEBES E COQUETEL.

Organização: Erí Trombonista, Caca Malaquias e Luiz de Venera

MAIORES INFORMAÇÕES FONE: 087-9951 7464 e/ou 087- 8857 3832 
Eri Trombonista

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