Uma viagem psicodélica, capitaneada pelas distorções de uma guitarra e
as alucinadas vibrações de um theremin. Foi assim que a banda Anjo
Gabriel, atração do projeto Arraial Instrumental desta sexta (26/4),
conduziu a plateia do Teatro Arraial diretamente aos anos 1970, a década
onde as posturas, o comportamento e, principalmente, a música ganhou
contornos (e conteúdo) profundos de liberdade estética, provocando uma
das mais instigantes revoluções artísticas já vistas nas últimas
décadas.
O ar vintage da banda e o seu jeito hippie de ser se
traduzem também em um som que remete automaticamente aos tempos de
Woodstock. Uma plateia numerosa foi conferir e aplaudir as longas e
hipnóticas músicas da Anjo Gabriel, que soam como um mantra entoado
através do rock progressivo. Num piscar de olhos, tempo e espaço perdem
sua nitidez. Hora estamos no Recife, hora em Londres. Canções do
primeiro álbum da banda – que ganhou uma tiragem em vinil – “O culto
secreto do Anjo Gabriel”, e composições inéditas fizeram parte do
repertório. Além de trechos da trilha sonora alternativa que a banda
está produzindo para o filme “Lúcifer rising” (1972), de Kenneth Anger.
E,
por alguns rápidos instantes, a presença inusitada de um samba se fez
presente no arranjo. Sim, estamos no Brasil. Mais exatamente, no Recife.
O quarteto que toca essas músicas tem pouco mais de 30 anos. Mas a
música que fazem é atemporal.
Confira aqui trecho da apresentação da banda Anjo Gabriel.
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