A cultura brasileira é tão diversa que não se pode
falar dela em apenas um dia. Apesar disso, hoje foi escolhido para
festejarmos as manifestações culturais de norte a sul e de leste a
oeste.
O Brasil, como todos já sabem, é um país de formação multi-racial e
por isso carrega um pouco do costume de cada povo que aqui veio morar.
Dos negros, herdamos o candomblé, a capoeira, parte do nosso vocabulário
e muito do nosso folclore. Dos índios, herdamos o artesanato, a
pintura, comidas exóticas como o peixe na folha da bananeira e a rede.
Do português, ficamos com o costume católico, a língua, as roupas.
Essa mistura toda não se deu de maneira pacífica, mas sim por meio da
dominação cultural e da escravização de índios e negros. No entanto,
características culturais de ambas etnias sobreviveram ao tempo e hoje
compõe uma enorme riqueza cultural. Alguns estudiosos, como o escritor
Sérgio Buarque de Holanda, acreditam que o fato de outras culturas
permearem a cultura brasileira nos tornou “desterrados em nossa própria
terra”. O movimento modernista da década de 20 mostrou a idéia de
intelectuais que sentiam falta de um caráter estritamente nacional e que
importava modelos sócio-culturais. O escritor Mário de Andrade
construiu o personagem “Macunaíma” para retratar isso.
Independente da existência ou não de uma identidade nacional, o fato é
que temos muito que comemorar hoje. Os costumes do povo brasileiro, seu
folclore, suas comidas e suas músicas são neste sentido, grandes
representantes das peculiaridades da cultura do país.
Folclore
O folclore brasileiro é recheado de lendas e mitos como o
Saci-pererê, um menino de uma perna só que mora na floresta, usa um
gorro vermelho e fuma cachimbo. Uma de suas travessuras mais comuns é
emaranhar a crina dos cavalos de viajantes que acampam na floresta. Seu
nome vem do tupi-guarani. Outras lendas como a da Mula-sem-cabeça, do
Curupira, Iara Mãe D’Água, Boi Tatá, o Negrinho do Pastoreio e do Boto
cor de rosa também são bastante conhecidas.
Música
A música estava presente no cotidiano do índio e do negro,
relacionada tanto ao simples prazer quanto a rituais religiosos. As
cantigas de roda infantis e as danças de quadrilhas são de origem
francesa. Pela influência de vários povos e com a vinda de instrumentos
estrangeiros (atabaques, violas, violão, reco-reco, cuíca e cavaquinho),
inventamos o samba, o maracatu, o maxixe e o frevo. Inventamos também o
axé, a moda de viola, que é a música do homem do interior, e o
chorinho. Alguns movimentos musicais, como a Bossa Nova e a Tropicália,
também foram importantes na formação musical brasileira.
Comida
Assim como em outras instâncias da nossa cultura, o índio, o negro e o
branco fizeram essa miscelânea que é nossa tradição culinária.
Aprendemos a fazer a farinha de mandioca com os índios e dela fazemos a
tapioca, o beiju e também o mingau. A feijoada é fruto da adaptação do
negro às condições adversas da escravidão, pois era feita com a sobra
das carnes. O azeite de dendê também é uma grande contribuição africana à
nossa culinária, pois com ele fazemos o acarajé e o abará. Os
portugueses nos ensinaram técnicas de agricultura e de criação de
animais. Deles, herdamos o costume de ingerir carne de boi e porco, além
de aprendermos a fabricar doces, conservas, queijos, defumados e
bebidas.
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