quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sete pernambucanos recebem a medalha da Ordem do Mérito Cultural Pela 1° vez celebrada no Nordeste, cerimônia teve 51 condecorados. Evento foi no Teatro de Santa Isabel com a ministra Ana de Hollanda.


O centenário Teatro de Santa Isabel, no Recife, recebeu, na noite da quarta-feira (09), personalidades e representantes de grupos, iniciativas e instituições consideradas importantes para a cultura brasileira, que foram agraciados com medalhas da Ordem do Mérito Cultural 2011. Pela primeira vez celebrada na Região Nordeste, a cerimônia teve 51 condecorados, sendo sete pernambucanos.
   Foram eles: o músico, ator e estudioso das tradições nordestinas Antônio Carlos Nóbrega; o Maracatu Estrela de Tracunhaém; o grupo Quinteto Violado; a artista plástica Tereza Costa Rêgo; o médico, escritor, teatrólogo e ator Valdemar de Oliveira (in memoriam); o educador, pedagogo e filósofo Paulo Freire (in memoriam); e o compositor Lourenço da Fonseca Barbosa, mais conhecido como Capiba (in memoriam).
    Sem contar com a escritora Clarice Lispector, nascida em 1920 na Ucrânia, mas radicada no Recife, que também ganhou a medalha. Além do poeta Marcos Vilaça, natural de Limoeiro, Agreste pernambucano, que recebeu o mérito em nome da Academia Brasileira de Letras (ABL), entidade que preside atualmente.
 
O ator Chico Diaz também está entre os premiados. "Depois de 30 anos de carreira, para mim isso é um reconhecimento do meu trabalho. A felicidade de ganhar a maior honra da cultura brasileira é demais", contou.
  
As insígnias foram dadas pela ministra da Cultura, Ana de Hollanda, pelo governador do Estado, Eduardo Campos, e pelo prefeito do Recife, João da Costa. Antes da cerimônia, a ministra falou sobre a descentralização da premiação. “Pernambuco tem uma cultura rica, viva, por isso decididos trazer o evento de Brasília para cá, para prestigiar e reconhecer isso”, disse.

PaguO tema da Ordem do Mérito Cultural de 2011 foi a jornalista e escritora Patrícia Rehder Galvão (1910-1962), mais conhecida pelo apelido de Pagu. O ministério contou com a consultoria da escritora Lúcia Maria Teixeira Furlane, diretora do Centro Pagu Unisanta (SP), na direção artística do evento.
 Após a premiação, ela entregou à ministra textos inéditos de Pagu escritos na prisão – uma carta escrita ao filho Rudá, em 1936, e o manuscrito “No subterrâneo”, parte final de “Microcosmo – Pagu e o homem subterrâneo”, de 1939. Esse último foi o que restou de um romance que Pagu pretendia publicar quando fosse libertada. Ela ficou quatro anos e meio presa durante o governo de Getúlio Vargas.

Os escritos são um depoimento biográfico do estado em que Pagu vivia. Sem liberdade, ela estava desapontada e se questionava sobre a sua impotência e insignificância diante daquilo. Falar dela é falar da história recente do País. É mostrar que devemos ser fortes, superar as fraquezas e que não podemos aceitar novamente os mesmo erros da época que nos privaram, além de que nos faz lembrar que contribuímos para a cultura do Brasil”, falou.

Os textos encontram-se expostos no Centro e, segundo Lúcia Furlane, eles devem ser publicado em 2012, quando se lembrará os 50 anos da morte de Patrícia Galvão. Também no próximo ano será editado um material com artigos jornalísticos produzidos por Pagu entre 1929 e 1962
http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2011/11/sete-pernambucanos-recebem-medalha-da-ordem-do-merito-cultural.html

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